quinta-feira, 17 de outubro de 2013

SVA - A apreciação da diversidade humana




“Eu não acredito ser possível ensinar meditação em grupo, mas espero estar errado”
Prof. TKV Desikachar

O homem existe em espírito e em matéria. Além disso, cada indivíduo é fruto de uma comunhão única dos dois aspectos. Parto dessa premissa. Na verdade, mesmo do ponto de vista unicamente materialista, essa diversidade está assegurada. Pausa para um chá...precisamos apreciar isso, devemos nossa integridade a essa compreensão. Para que seja, então, contemplada a riqueza dessa comunhão, cada pessoa terá seu caminho particular no aprendizado de yoga. Assim é e assim era na abordagem tradicional clássica.
As ferramentas práticas ou as técnicas do yoga são inúmeras, entre elas estão inseridas práticas que envolvem o corpo, a respiração, o direcionamento mental, as emoções, a reflexão sobre o relacionamento consigo e com o mundo, a meditação a respeito da natureza da realidade, entre outras. Porém, em meio a essa grande diversidade de técnicas, na escritura central do yoga surge o conceito de “viniyoga”, que se destaca quando o assunto é ensino. Viniyoga significa aplicação apropriada, que revela a necessidade de uma análise a respeito do momento e da forma pela qual cada instrumento é utilizado. A técnica escolhida deve ser aplicada apenas após o professor ter conhecimento sobre as verdadeiras qualidades do praticante, adaptada de acordo com seu histórico e condições pessoais e adotada no momento em que tal prática tenha relevância. Esse conceito traz em si a reverência que o yoga manifesta perante a multiplicidade e diversidade. Somos muitos e somos diferentes, assim é, assim sempre será. O aprendizado está em apreciar essas diferenças e desenvolver conhecimento ou discriminação, não em fechar os olhos para elas e seguir um movimento pré-estabelecido.
Infelizmente, em praticamente todas as culturas modernas, a apreciação profunda do papel da diversidade e multiplicidade parece estar em decadência. Sistemas de conhecimento e tradições espirituais que, no passado, eram embasados em um relacionamento de coração entre professor e aluno, hoje são transmitidos sem vínculo pessoal. E isso, definitivamente, é também o problema moderno que precisa ser combatido no próprio meio do yoga. A tendência de nossa cultura moderna é apresentar receitas milagrosas e fixas, técnicas que servem ao usuário independentemente de seu nome, de sua história de vida e de seus questionamentos.
No yoga há várias palavras que começam com o prefixo “sva”. Entre elas “svadhyaya”, “svadharma”, “svabhava”, “svatantra”. “Sva” significa “si mesmo”. Em todas as palavras citadas esse prefixo se refere àquilo que me diferencia do outro. E essa diferenciação precisa ser acolhida, e não julgada nem eliminada. É justamente por isso que devemos lembrar de algo essencial para a reflexão que aqui se apresenta: a prática de meditação do yoga é composta de uma maneira muito pessoal. Não estamos tratando aqui de meios genéricos para acalmar a mente que, com certeza, podem também trazer grandes benefícios em práticas de grupo.
A cada vez que um professor comprometido com o ensino senta junto a um aluno, ele repensa a si mesmo, ele escuta, reflete e, junto com o aluno, constrói. Não há construção prévia para aquele que, de fato, se compromete com o papel de educar um indivíduo, pois ele mesmo faz o voto de educar a si mesmo no aprendizado que nascerá da relação. Sem escuta não há possibilidade de ensino real, esse conceito ao qual o educador deve se agarrar enquanto desempenha seu papel é chamado no yoga de “mauni”. Obviamente, se a relação não consegue chegar a essa comunicação de coração, o escutar também não poderá gerar nada vivo. Há dois lados envolvidos, o fruto depende de ambos. TKV Desikachar, professor de yoga que defendia insistentemente a importância do relacionamento individual entre professor e aluno, desempenhou uma função muito importante ao amadurecer esse ponto de vista na mente de professores renomados do mundo inteiro. Ele afirmava que essa relação muitas vezes pode levar anos a ser construída verdadeiramente e, algumas vezes, nem ao longo dos anos se estabelecerá.  Mas essa visão não é dele, é de um sistema de milhares de anos. Foi através dessa relação de coração que ele aprendeu com seu pai, e foi dessa forma que seu pai aprendeu com seus professores. Assim foi transmitido o yoga por dezenas e dezenas de séculos, através da crença na experiência individual, através do valor pela integridade de cada ser humano. Se isso não for apreciado não há possibilidade de yoga em seu sentido último.
A frase de Desikachar, que se encontra na apresentação deste texto, trata da impossibilidade do ensino de meditação em grupo, mas ele poderia ter substituído a palavra meditação por asana, por pranayama e por qualquer outra técnica, pois todos os grandes mestres não acreditavam na técnica, acreditavam no ser humano.
Ainda assim, o próprio Prof. TKV dirigia práticas de meditação em grupo em certas situações, pois sabia da importância de mostrar às pessoas o valor dessa prática. É como alguém que oferece um pedaço de pão a um faminto sem deixar que se apague a consciência de que aquele pão não solucionará a sua fome. Eis o segredo, oferecer o pão sem esquecer a real função e limitação do gesto. Eis o segredo, eis o desafio.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Há vida além da técnica (Yoga e Sagarbha)



Há um conceito no yoga chamado “Sagarbha”, palavra do sânscrito que significa literalmente “com útero”. A prática de conscientização da respiração (Pranayama) por exemplo, é dividida em Sagarbha e Agarbha (“com útero” e “sem útero”).

Do ponto de vista da tradição de yoga representada pelo Prof. T. Krishnamacharya (1888-1989), Sagarbha é considerada a prática mais completa. O que a diferencia do outro grupo é a presença de uma atitude mental que remete a uma determinada sabedoria enquanto a técnica é realizada. Um exemplo de prática Agarbha (sem útero ou sem vida) seria aquela que é realizada puramente para desenvolver a qualidade de atenção. Isso poderia, em certos casos, ser feito através de uma prática onde ficamos 20 respirações contando o tempo de duração de cada inalação e de cada exalação, por exemplo. Já podemos colher benefícios de uma prática como essa se considerarmos que ela foi corretamente ensinada e adaptada às características do praticante. Se a realizarmos com freqüência, podemos esperar por uma certa melhora na qualidade mental, ou seja, é uma prática que pode ser útil e adequada em muitos casos e é amplamente utilizada nos meios de yoga que não se limitam apenas ao trabalho com asanas (físico) ou com dhyana (meditação). A prática Agarbha, portanto, não deve ser excluída apenas pelo fato de não ser considerada completa, pois tem um papel importante no desenvolvimento de maior estabilidade e clareza. Porém, o que é importante compreendermos é que a mera construção de habilidades mentais não resolve tudo, pelo contrário, pode até causar desequilíbrios e danos. Essa é uma das razões pelas quais o yoga não acredita na possibilidade de um aprendizado “auto-didata” no que se refere à prática pessoal e nem apóia a proliferação de professores sem formação longa e bem embasada. O desenvolvimento de saúde física, ou de um corpo forte e flexível, não gera necessariamente resultados positivos, a nível mais amplo, pois podemos usar nossa força até mesmo para ferir alguém. O mesmo ocorre com o desenvolvimento de habilidades mentais (maior capacidade de atenção, memória, relaxamento). Sendo assim, no ensino de yoga existe a preocupação de que todas as habilidades que estejam sendo nutridas estejam a serviço de ações benéficas ou positivamente transformadoras. E só podemos reconhecer o que é uma ação benéfica se tivermos um sólido alicerce de sabedoria.

Considerando que nossa cultura tem como característica preponderante o valor pelo que é evidente, naturalmente veremos um apego a técnicas que geram habilidades e falta de questionamento sobre o que faremos com elas. Porém, a verdade é que técnicas são razoavelmente fáceis de serem aprendidas e executadas, tão fáceis quanto frágeis. O que leva tempo e exige comprometimento é o desenvolvimento de discriminação e sabedoria, construção essa que é tão exigente quanto segura. Um dos textos básicos da filosofia indiana diz, em seu verso de abertura: “Da perturbação causada pelos três tipos de sofrimento, surge o intenso desejo de descobrir os meios de eliminá-los. Se essa busca for considerada supérflua, uma vez que há meios evidentes de eliminá-los, responderemos que essa afirmação não é correta, porque através dos meios mais evidentes não há uma cessação definitiva do sofrimento e nem garantia da não-recorrência do mesmo” (Samkhya-Karika).
Podemos dizer que os “meios mais evidentes” de eliminação da perturbação e do sofrimento são as distrações ou ações que trazem alívio momentâneo. Isso não é exatamente uma condenação às várias formas de lazer ou de caminhos que pacifiquem nossa dor, mas uma lembrança de que não serão elas que eliminarão de fato a raiz do problema.
A prática Sagarbha (com útero ou com vida) seria, então, aquela que une o desenvolvimento da habilidade com a presença e a nutrição do discernimento. Há vários níveis de discernimento importantes para nosso amadurecimento se olharmos de forma mais terapêutica e ampla, entre eles a adoção de uma vida menos obcecada por conquistas externas ou a compreensão da riqueza que é se colocar no mundo como aquele que “oferece” ao invés de se colocar como aquele que “exige”. E há, também, do ponto de vista mais clássico, o discernimento que elimina a confusão entre o que é mais essencial e o que é mais supérfluo. A reflexão sobre esses dois pontos e tudo o que há entre eles é uma dedicação necessária para toda a vida, pois não nos basta a sabedoria enquanto teoria, mas sim enquanto experiência, sentimento. Quem sabe possamos olhar para o conceito de Sagarbha como sendo a atitude presente em todas as ações do dia, de segunda a domingo, em meio à nossa rotina. Quem sabe seja essa a real prática de Sagarbha. Ainda assim, em meio a nossas fraquezas e confusões, melhor que treinemos formalmente essa atitude para que possamos fortalecer sua presença nos momentos mais desafiantes do dia-a-dia.

Passamos muito tempo acreditando que o resultado mais visível de nossas ações é que nos garantiria o sucesso, é hora de pensar quão limitado e “sem vida” é esse sucesso. Se cada ação for realizada com a aceitação da sabedoria que ela, em si, acabará por nos proporcionar, o sucesso é certo, apesar de invisível. Que alegria seria se nossas crianças pudessem receber respingos desse aprendizado já na infância, assim poderíamos, talvez, abreviar décadas de confusão e frustração que se acumulam através da experimentação cega dos caminhos “evidentes”.


Jorge Luís Knak – 10/09/2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A Experiência Meditativa


 “A prática sem sabedoria é cega. A sabedoria sem prática é fútil.” T. Krishnamacharya
  

A primeira vez que a maioria de nós ouviu a palavra “meditação” foi, provavelmente, a partir do viés indiano ou japonês, alicerçada em tradições como o yoga e o budismo. Porém, se pesquisarmos mais um pouco veremos a meditação sendo usada também em caminhos religiosos como o Judaísmo (método de oração chamado de Hitbodedut, tendo como um dos expoentes o Rabino Nachman) e o Cristianismo (alguns dos religiosos conhecidos que difundiram a meditação cristã são Thomas Merton, Dom John Main, Dom Lawrence Freeman e Jean Yves Leloup) e, de forma não-religiosa, em vários sistemas modernos de exploração da mente e do que é chamado de “autoconhecimento”. A ciência também tem manifestado interesse no assunto e, assim, tem se ocupado de experiências relativas a essa prática. Porém, o limite da ciência é grande no que se refere a essa área. Até a filosofia se apresenta, muitas vezes, bastante resistente a alguns conceitos mais tradicionais dos caminhos meditativos. Daniel Dennett, reconhecido filósofo norte-americano, compara a meditação a vários outros exercícios mentais como a realização de palavras cruzadas e, também, ao sono. Porém, numa perspectiva menos rasa, a meditação é vista, tradicionalmente, como um processo que se diferencia dos outros mecanismos meramente mentais.

Meditação, inicialmente, pode ser vista como um processo de envolvimento da mente com um único objeto. Essa é a porta de entrada. Começamos nos utilizando de uma mente que tem como hábito se relacionar com vários focos num curto espaço de tempo e vamos, aos poucos, direcionando sua atenção a um único objeto previamente escolhido. Da mente que é atraída por uma grande variedade de estímulos sensoriais, passamos a uma mente que toma as rédeas do seu direcionamento e se estabelece no objeto de sua escolha consciente. Da visão apressada e múltipla passamos a uma visão sustentada e única. Eis a base da preparação da capacidade meditativa. Vamos chamar isso de “unidirecionamento horizontal”, onde optamos por proteger a relação com um único ponto de atenção dentre os vários possíveis que se apresentam no mundo à volta. A principal função dessa etapa é criar em nós a condição de conhecer o objeto com o qual nos relacionamos, pois, uma vez que só podemos obter um conhecimento não-superficial de algo a partir de uma relação íntima e de longo prazo, a sustentação da atenção unidirecionada é essencial. Ou seja, em primeiro lugar, precisamos resgatar a capacidade de apreciar um objeto específico por um tempo determinado e a partir de uma escolha consciente. Rubem Alves, em seu texto “Escutatória”, trata dessa apreciação, dessa atenção viva e comprometida. Ele cita, como base de reflexão, a seguinte frase de Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Que possamos experimentar o sentido das palavras de Caeiro . A apreciação, a escuta, precisa do tempo e do silêncio para completar a sua função, para que seja sentida, absorvida e, ao fim, nos transforme.
  
Ainda assim, “unidirecionamento horizontal” não é tudo. Precisaremos realizar, a partir daí, o que podemos chamar de “redirecionamento vertical”, ou seja, nos mover do envolvimento habitual com objetos externos concretos (fruto da superfície mental sensorial) ao envolvimento com objetos cada vez mais profundos, internos e não-evidentes. Para isso passamos da observação do corpo (ou do mundo externo) à observação da respiração, da observação da respiração à observação da mente. É isso que chamamos de interiorização. A preparação para a interiorização consiste em conseguir diminuir minha resposta às distrações e criar intimidade com um único foco (ainda que o foco pertença ao mundo externo), mas, no seu sentido último, interiorização consiste em relacionar-se intimamente com um foco interno. E qual é o foco interno por excelência? O funcionamento da própria mente. É ela que dá nascimento a nossos pensamentos, desejos, escolhas e ações. Sem a sutil contemplação da própria mente não há liberdade verdadeira, pois liberdade se dá, realmente, quando podemos entender as circunstâncias que dão origem à nossa ação. E as circunstâncias que alimentam nossas ações não são apenas externas, o que podemos facilmente comprovar ao olhar a diferente reação de duas pessoas frente a uma mesma situação rotineira. Só podemos exercer liberdade quando olhamos para dentro e entendemos de onde estão nascendo nossas ações. Muitos dos sistemas contemplativos ou meditativos apresentam a noção de que, na maior parte do tempo, somos prisioneiros da ausência desse entendimento. Apesar de, fundamentalmente, agirmos em busca de paz e felicidade ao longo de nossa vida, muitas vezes não é esse o fruto de nossas ações, pois elas, em sua maioria, não nasceram de uma real compreensão desse desejo fundamental que as embasa. Perturbações internas (imediatistas por natureza) acabam por impelir cegamente o movimento externo gerando, muitas vezes, resultados danosos e impedindo a realização da desejada paz. A conclusão a que chegamos é que não há paz possível quando não somos verdadeiramente conscientes de nós mesmos.

Na comparação de Dennett com as palavras cruzadas, por exemplo, perde-se a compreensão de que o objetivo da meditação é reconhecer o funcionamento da própria mente e não apenas usá-la para exercer uma função cotidiana. Meditação, portanto, não pode ser entendida como um mero exercício da mente, mas sim como a própria contemplação da mente em exercício. Realizar palavras cruzadas não me traz conhecimento sobre mim mesmo, sobre como me estruturo internamente. Uma mente mais hábil é uma das conquistas esperadas no treinamento em meditação, e essa conquista pode até ser positiva, mas não é o propósito final. A mente é entendida como um instrumento de percepção do ser humano e, sendo assim, podemos afirmar que há três formas de utilização da mesma (isso é válido para qualquer instrumento): o não-uso, o uso positivo e o uso danoso. Tornar um instrumento mais “afiado” sem gerar clareza e sabedoria não nos coloca, necessariamente, numa posição melhor. Ao mesmo tempo, ter sabedoria sem ter a possibilidade de utilizá-la, devido à limitação do instrumento que está em nossas mãos, não permite que o conhecimento realize seu propósito.



Jorge Luís Knak – Ago/2013

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Devoção no Yoga (enquanto caminho de amadurecimento e liberdade)




Há várias palavras que expressam a noção de “eu” no yoga. As duas mais presentes são “ahamkara” e “asmita”, porém apenas a segunda aparece no Yogasutra (texto de maior autoridade no Yoga). 

A noção de “eu” é algo intrigante, olho para fora e tenho que lidar com esta insistente, e de certa forma legítima, experiência de que sou o centro do mundo. Asmita é aquela esfera em nós que reconhece uma continuidade nas várias experiências e que identifica essa continuidade como sendo “eu”. Aquele que ontem estava feliz é reconhecido como sendo a mesma pessoa que hoje acordou mal-humorado. Ele identifica, experiencialmente, que a mudança de humor é um movimento dentro do mesmo ser humano.
 Junto com a noção de “eu” nasce a noção do “outro” ou seja, do “não-eu”. Nasce a diferença, nasce o isolamento. Eu sou isto, eu não sou aquilo. Tudo o que está do lado de fora do meu corpo e tudo o que pode ser apreciado por mim passa a ser o “não-eu”. O “não-eu” se torna uma entidade, um “alguém” com quem nos relacionamos. A partir de nossos desejos, de nossas frustrações e medos, vamos moldando nele uma espécie de personalidade. Criamos uma personalidade para o “não-eu”. Apesar de ela ser, na verdade, um fantasma criado por nosso “eu”, não reconhecemos esse fato. Acabamos por acreditar que o fantasma que criamos é real e passamos a nos relacionar com o mundo a partir dessa percepção inconsciente que construímos. Essa personificação do “não-eu” ocorre a partir de nossas memórias e de nossas tendências. Raramente percebemos que nossa forma de se relacionar com ele é diferente da forma como a pessoa que está ao nosso lado estabelece essa mesma relação. Não há dois seres humanos que se relacionem da mesma forma com o “não-eu”, pois também não existem dois “eus” iguais.

Cada um de nós está preso a uma identidade de “eu” e, conseqüentemente, a uma identidade de “não-eu”. As duas, obviamente, são inseparáveis e, também, extremamente frágeis e limitadas. 

-Questões básicas sobre o “eu”-

 Essa prisão a uma identidade individual (eu) ocorre devido à nossa estrutura mental. A mente é feita de memórias, marcas e tendências. É isso que nos permite sobreviver e é isso que também nos escraviza. A mente, no exercício de sua função, nos conduz facilmente ao vício, ao hábito, à familiarização. Do ponto de vista do yoga somos todos viciados. Preferimos nos segurar a algo conhecido, mesmo que hoje o conhecido, na verdade, já não exista mais. Eis o problema. A mente é mesquinha, tem certas razões para isso, mas é viciada nisso. A mente quer poupar, ela sempre fará o possível para seguir o caminho já conhecido e, se possível, irá torná-lo automático. Mas o conhecido só existe agora, uma vez que sofre inevitáveis mudanças na passagem do tempo.
Além disso, a própria mente (que fixou uma identidade ao objeto conhecido) também sofre inevitáveis mudanças (pois sem movimento e mudança não existe mente ativa). Mas o simples fato de reconhecermos essa realidade não nos livra completamente do problema, precisamos quebrar a experiência de prisão. Práticas de conscientização corporal, técnicas de profunda sensibilização da respiração e exercícios que nos levam a experienciar estados mentais menos emaranhados são importantes vivências rumo a uma percepção mais profunda das frágeis identidades internas e externas às quais nos fixamos. 

Um ser humano totalmente habituado à sua perturbação e às suas fixações não se reconhece perturbado. Portanto, a construção de uma relação equilibrada com o mundo à volta, cuidados básicos para com a própria saúde física e mental e práticas de asana e pranayama serão o fundamento para acessarmos o equilíbrio e a clareza que, normalmente, não conhecemos em nosso cotidiano. 

-Olhando com mais atenção para o “não-eu”-

 Podemos enxergar a quantidade de desejos e insatisfações que se apresentam em nossos pensamentos cotidianos. Nossa confusão básica está em acreditarmos que o mundo à volta existe para suprir meus desejos. Olho para ele como o objeto de meu desfrute. Quando isso não se concretiza, reajo, considero injusto. Ao invés de identificar meu engano, pois não há satisfação no mundo externo que seja permanente, me frustro e traço uma nova estratégia para que o mundo supra minha carência. Mas ele jamais poderá me satisfazer, não é sua função e nem sua natureza permite isso.
Pois essas minhas expectativas, muitas vezes, frustradas, esses meus medos, geraram, ao longo do tempo, um sentimento particular com relação ao mundo. Em minhas experiências acumulei alegrias e frustrações em diferentes graus. Isso tudo gerou memórias, marcas. Ao olhar para fora, as lembranças começaram a povoar minhas emoções e pensamentos, a expectativa e o medo começaram a se tornar cada vez mais reais, mais presentes. O tempo foi fazendo com que eu me habituasse a essas sensações e passei, assim, a não mais reconhecê-las como criadas por minhas próprias memórias. Fui esquecendo que eu mesmo o inventei, de que essa visão do mundo externo foi gerada, na verdade, por memórias selecionadas a partir de experiências minhas, internas, subjetivas. O mundo não é isso que eu sinto apenas, minha percepção de mundo é extremamente viciada e restrita.
 E como limpar esse material acumulado? Como estar aberto para perceber mais do que minhas memórias sugerem? Além das práticas citadas no parágrafo anterior a respeito do “eu”, há uma prática que remete mais diretamente ao “não-eu”, essa prática pode ser chamada de “devoção”. Essa prática é vista pelo Yoga com grande respeito e reverência, pois pode ser um veículo para um amadurecimento muito profundo, libertador. 

Alguns outros sistemas também apresentam o papel da devoção, que pode ser analisada dentro dessa perspectiva da minha relação com o “não-eu”. Mesmo aqueles que não compartilham de crenças religiosas não podem negar a importante contribuição que a devoção pode oferecer no desenvolvimento de uma relação mais saudável com o mundo. Obviamente que, ao tratar de devoção, precisamos chegar a um consenso a respeito do que estou chamando, aqui, de “devoto”. Uso essa palavra para designar aquele que reverencia algo que não é “eu”, algo que personifica o “não-eu”. Em minha posição de devoto ofereço “sacralidade” ao “não-eu” e não mais consigo olhar o “não-eu” de forma ordinária e superficial, não mais posso reduzir o “não-eu” a algo que existe com o propósito de apenas saciar minhas expectativas ou alimentar meus medos. Para o yoga o objeto de devoção é algo que me remete a uma verdade mais profunda do que aquela que me é mais evidente, algo que expressa sabedoria completa e que está livre de ignorância e medo. O objeto de devoção deve representar todo o meu potencial de realização mais íntima.  Ele é visto como “não-eu” porque eu, agora, não consigo me reconhecer como livre de ignorância, tanto é que eu seguidamente atuo através de minha ignorância e de meus medos. Eis o papel transformador da devoção. A devoção direcionada a um “não-eu” apreciado em sua “sacralidade” treina minha visão, limpa a projeção contaminada pelas minhas mesquinharias. Esse é o início do caminho. Antes eu olhava para o mundo e o dividia entre o que eu gostava e o que eu não gostava, mas agora, uma vez tendo adotado a reverência por algo mais sagrado do que meus desejos e aversões individuais, passo a apreciar o mundo à minha volta em sua totalidade. Minha alegria passa a não ser mais tão dependente de desejos supridos ou de vinganças realizadas. 

Mas não termina aqui. O propósito é fazer com que eu, a partir dessa apreciação nova, passe a perceber o quanto a minha experiência anterior de “não-eu” era frágil. O yoga afirma que o fruto da experiência de bem-estar é o apego e o fruto da experiência de sofrimento é a aversão. Ou seja, para aquele que busca a verdade, o sofrimento e o prazer não são tão diferentes assim, pois prazer e sofrimento aprisionam ao mundo externo da mesma forma. Isso significa que devemos fugir do prazer e do sofrimento? Não. Precisamos é perceber que há vida além dessa divisão. A satisfação profunda não está na divisão, não vem de uma ou de outra. É possível nos sentirmos nutridos independentemente da concretização de experiências que forneçam sofrimento ou prazer. Podemos estar longe da conquista absoluta disso, mas definitivamente andar degrau por degrau na escada que conduz a essa independência traz satisfação, força e alegria, mesmo no meio do caminho. As pedras que antes apenas me machucavam agora também, por vezes, me ensinam e me nutrem. Então, não há mais como colocarmos como antagônicas as realizações e as frustrações.

 Jorge Luís Knak

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Curso de Formação em Porto Alegre - Nova Turma 2013

Estamos organizando o início de uma Turma de Formação em Yoga na Tradição de Krishnamacharya em Porto Alegre. Nossa previsão é começar em Outubro/2013.
Em Porto Alegre já foram realizadas três formações e, em Curitiba, estamos com a segunda em andamento.
O curso tem duração de cerca de 2 anos e meio, sendo 24 módulos de fim-de-semana (1 por mês) e 3 módulos de 5 ou 6 dias de duração. Paralelamente ao estudo e prática em grupo os participantes devem manter a orientação individualizada (no mínimo, uma vez por mês).
Entre os principais pontos do curso está o estudo detalhado (palavra por palavra) dos dois primeiros capítulos do Yogasutra (que forma a profunda base psicológica e espiritual do Yoga). Além disso é estudado detalhadamente o desenvolvimento de práticas de Asana, Pranayama e Meditação com diferentes propósitos.
Em breve disponibilizaremos maiores informações.
Solicitamos aos interessados que entrem em contato pelos emails: jorgeknak@gmail.com e/ou nazacavalcanti@gmail.com .

Abraços,

Jorge Luís Knak

terça-feira, 4 de junho de 2013

Meditação e a diluição do Yoga


O Yoga é tão amplo que isso, muitas vezes, chega a ser um problema para os professores e praticantes. Essa amplidão associada à falta de comprometimento com uma linhagem tem feito com que o assunto “Meditação” seja um dos menos populares no Yoga moderno.
Acredito que alguns dos sinais (mais evidentes) da grande diluição que o Yoga tem sofrido devido a essa falta sejam:
-crença em técnicas e não na relação de aprendizado entre professor e aluno.
-excessiva preocupação com os aspectos físicos da prática, que tradicionalmente é apresentada com o propósito de reduzir nossa ansiedade e possibilitar maior direcionamento mental;
-ausência de clareza sobre qual é o propósito fundamental do caminho do Yoga.
 E o que é Meditação no sistema do Yoga?
Para começar, não é tentar “esvaziar a mente”. A meditação é o exercício de acalmar aquilo que é mais superficial para poder enxergar aquilo que é mais profundo. Nossas insatisfações e ansiedades nos acostumaram a um comportamento emocional viciado, que praticamente nos impede o acesso a esse olhar “calmo”. Exemplificando: Facilmente enxergo a raiva, mas dificilmente enxergo que ela nasce da frustração de um desejo. E, se consigo enxergar o desejo que a originou, raramente vejo que fui eu quem o criou. E, se eu consigo chegar ao ponto de enxergar que eu sou o pai desse desejo e, por conseqüência, dessa raiva, raramente tenho discriminação e conhecimento suficientes para perceber que a grande intensidade desse desejo nasce da minha incapacidade de encontrar satisfação e contentamento em mim mesmo.
E se consigo, na prática (e não na fácil tarefa de apenas escrever isso no facebook), dar todos esses passos, raramente tenho a humildade de assumir a responsabilidade perante o outro (que provavelmente a essa altura já pagou o pato)...
Refazer esse caminho até a fonte do problema muitas e muitas vezes a partir de situações reais que invadem nosso dia-a-dia e nossas relações é meditação. Meditar é treinar a capacidade de não enxergar só o que é mais aparente e ter a humildade de enxergar que meu maior problema sou eu.
Jorge Luís Knak
 

domingo, 12 de maio de 2013

Curso em São Paulo - Maio/2013


PRA ONDE EU VOU? VENHA TAMBÉM... -VISÕES DA PSICOLOGIA DO YOGA


Psicologias:
Um dos alicerces da Psicologia do Yoga é a estrutura de percepção do ser humano. Na grande maioria das Psicologias modernas a mente é vista como sendo a única responsável pela observação do mundo. O yoga não nega a realidade da mente, mas estabelece uma composição mais complexa.

Entendendo o modelo de percepção do Yoga:
A mente, em conjunto com os sentidos, é vista como um instrumento intermediário na relação com os objetos. Há algo mais amplo que a mente, algo que a autoriza, que dá suporte à sua função. Esse algo é chamado de “Drashta”, palavra que indica “aquele que vê”, e deve ser entendido como a mera presença de inteligência, de vida. Já a mente é o instrumento que direciona essa inteligência para uma função específica, que é o relacionamento com os objetos dos sentidos.
Para que possamos entender de forma mais prática o papel de um intermediário podemos nos utilizar da compreensão que temos a respeito dos sentidos. Do ponto de vista da mente e dos objetos, os sentidos possuem a tarefa de intermediar a percepção. O sentidos não são a autoridade máxima, há uma outra realidade que dá sentido à sua função. Essa realidade é a mente. Cabe ao sentido “sentir” o odor, a temperatura ou o gosto de um objeto e passar essa informação à mente. Assim, a mente poderá realizar sua função, que é interpretar essa informação. A mente sem os sentidos seria impedida de exercer seu papel, estaria presa em sua incapacidade de descobrir as qualidades dos objetos do mundo. Como podem os objetos serem interpretados sem que sejam vistos ou escutados, sem terem cheiro, temperatura ou gosto? O que restaria à mente encarcerada? Algumas atividades mentais sobreviveriam, mas não aquelas relativas ao reconhecimento de objetos externos. Pois da mesma forma que podemos entender esse importante papel intermediário dos sentidos, poderemos entender que a mente também é considerada uma intermediária sob o ponto de vista do Yoga. Ela é responsável por registrar e analisar a informação recebida dos sentidos, mas ela precisa dessa inteligência básica para cumprir com sua tarefa.

E qual a importância de sabermos disso?
Assim como podemos experienciar a ação dos sentidos, também podemos experienciar a ação da mente. E assim como podemos, com um certo treinamento, experienciar a mente ainda presente quando os sentidos já se calaram, também poderemos experienciar a presença de algo mais profundo (a mera presença de vida) quando a mente se calar.
Quanto mais pudermos ter acesso a uma experiência mais interna e mais profunda, mais relativizaremos cada um dos níveis de nossa existência. Por exemplo, uma pessoa que acredita que o olfato é a única fonte de satisfação do ser humano agirá compulsivamente na busca de odores refinados. Já uma pessoa que reconhece que há cinco diferentes formas de desfrute no mundo dos objetos se sentirá mais rica e não se limitará à busca de satisfação apenas através do olfato. Da mesma forma, aquele que reconhece que há outros níveis de experiência não se restringirá ao desfrute de um único nível e, também, terá condições de questionar e comparar os frutos de cada um dos níveis de experiência.
O estudo dessa estrutura não é tudo, também precisamos treinar a nossa percepção profunda. Por mais que nossa educação escolar tenha sido completamente falha e medíocre nesse sentido, existe sim um conhecimento que trata desse treinamento. Esse conhecimento se chama Yoga Darshana. Infelizmente, nem tudo o que na atualidade é chamado de Yoga trata, de fato, do treinamento dessa visão.


Nutrindo
Cada uma de nossas camadas nutre diferentes aspectos. O prazer dos sentidos nos traz uma determinada satisfação, uma alimentação saudável e nutritiva pode nos trazer uma outra satisfação mais sutil e refinada, já encontrar a solução para uma problema pode trazer grande alívio e alegria, o relaxamento pode nos levar “ao céu”, amar e ser amado pode também alimentar nosso coração de forma que deixemos todas as outras necessidades de lado. Há vários níveis de desfrute, de nutrição, várias formas de “alimento”.
E, da mesma forma, cada camada pode trazer perturbação, desequilíbrio. Quando percebemos a nós mesmos de forma integral, quando reconhecemos que não somos apenas corpo, ou apenas sentidos, ou apenas mente, descobrimos que o cuidado com cada um desses níveis é uma etapa importante para nossa realização pessoal como um todo. Não basta apenas satisfazermos o corpo, nem será suficiente satisfazer apenas os sentidos ou a mente. Precisamos abrir os olhos mais e mais. Precisamos transitar em todas essas esferas da experiência humana de forma a não gerar perturbações que impeçam a descoberta da camada que a antecede. Um corpo doente impede o bom funcionamento dos sentidos, os sentidos perturbados não fornecem informações corretas à mente, uma mente agitada ou entorpecida impede a experiência da satisfação mais profunda acessível ao ser humano, impede a experiência da vida plena em si mesma, seja na presença de suas funções específicas, seja na ausência das mesmas.

Ou eu ou não
Há outra alternativa? Sim. A outra alternativa é não viver a mim mesmo. Ou caminho em direção a mim mesmo, encontrando aquilo que é o coração da minha própria existência, ou me entrego à falsa carcaça que tomei emprestada de tudo o que não é eu.

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Jorge Luís Knak 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Curso em São Paulo

YOGARAHASYA 
- O Segredo do Yoga na Tradição de Krishnamacharya -

O Yogarahasya é uma linda e profunda escritura, de autoria do sábio Nathamuni (século IX) e resgatada por T. Krishnamacharya,  que abrange desde a aplicação terapêutica de técnicas do yoga até conceitos tão sutis e profundos quanto a prática meditativa e a relação com o caminho espiritual. Yogarahasya significa “o segredo do yoga”, ou seja, se refere àquilo que é essencial, àquilo que deve ser preservado com total cuidado.

Ao longo do curso analisaremos os principais versos que são responsáveis por formar o alicerce da Tradição do Yoga de Krishnamacharya não apenas no que se refere a seus famosos Vinyasa-s, mas também no que tange ao processo de desenvolvimento do praticante em seus diversos níveis.  

Krishnamacharya foi professor de BKS Iyengar, Pattabhi Jois, Srivatsa Ramaswami, Indra Devi, TKV Desikachar , entre outros. E, curiosamente, todos eles com diferentes abordagens de ensino.  Conhecer o Yogarahasya nos torna capazes de entender como essa vastidão de ensinamentos brotou de um só professor e nos oferece um mergulho à alma desse grande mestre.

No capítulo chamado “Viniyogadhyayah” Nathamuni introduz a idéia que será desenvolvida detalhadamente ao longo da obra “O sábio, após profunda reflexão, proclamou que o Yoga fomado de oito membros (Ashtanga Yoga) é dividido em três tipos de prática: Srshti Krama, Sthiti Krama e Antyah Krama (Caminho de Desenvolvimento, Caminho de Manutenção e Caminho Interno ou Espiritual). Essas práticas seguem uma direção de acordo com a fase da vida do praticante.”
Além do estudo serão conduzidas sessões de asana, pranayama e meditação. As práticas serão acessíveis a todos participantes, não há pré-requisitos para participar do curso. 

Data:  
25 e 26 de Maio/2013
Obs.: Aos interessados haverá uma palestra na sexta-feira à noite (24 de Maio).

Local:
Yoga Flow - São Paulo - SP

Inscrições: 
Detalhes em breve


Professor:
Jorge Luís Knak ensina Yoga desde 1995 em Porto Alegre.
Em 2001 iniciou seus estudos no Krishnamacharya Yoga Mandiram (Chennai – Índia) com TKV Desikachar , Kausthub Desikachar, S. Sridharan, Dr. N. Chandrasekharam e outros professores desta linhagem.

Atuou como professor em eventos como:
- “Celebrating Yoga” (Sydney - Austrália),
- “Krishnamacharya Yoga Festival” (San Francisco - Estados Unidos) com a coordenação e participação de seu professor TKV Desikachar ,
- Curso Preparatório para a Especialização em Yogaterapia (Piesendorf –Áustria) , intensivo de 10 dias que foi conduzido em conjunto com o Prof. S. Sridharan –Diretor do Krishnamacharya Yoga Mandiram.

Entre os ensinamentos orais que recebeu estão o estudo do Yogasutra e do Yogarahasya, aplicação clássica e adaptações de asana-s e seus respectivos vinyasa-s, pranayama, meditação, canto védico, psicologia do yoga e, paralelamente, a aplicação do ensino individualizado (abordagem tradicional do yoga) em seus diversos níveis.

Junto com a Profa. Maria Nazaré Cavalcanti realiza a formação de professores nessa linhagem (em Porto Alegre e Curitiba) e dirige o Anjali Yoga onde dá atendimentos individualizados diariamente.  Jorge é casado e tem dois filhos.

Em Curitiba - "Compreendendo as Emoções e Aprendendo a Meditar"


Compreendendo as Emoções e Aprendendo a Meditar


Sobre o curso:
Curso teórico e prático sobre a Psicologia do Yoga e de introdução à prática de Meditação. 
O curso é aberto a todos os interessados. Não é necessário conhecimento prévio de Yoga ou experiência em Meditação. 
Serão abordados temas como: a relação do ser humano com o mundo, a estrutura básica da mente, sua relação com sofrimento (duhkham) e maturidade (yoga), discriminação sobre a natureza da realidade (Purusha e Prakrti), a estrutura da perturbação emocional e os caminhos de pacificação e cura.
O curso é composto de 2 módulos (Maio e Junho/13)

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Professores:
Maria Nazaré Cavalcanti e Jorge Luís Knak

 Local: 
Gandiva Yoga Ashram - Curitiba

Datas:
1º Módulo: 4 e 5 de Maio/13
2º Módulo: 1º e 2 de Junho/13

Valor: 
-Inscrições até 15 de Abril: R$480,00*
-Após 15 de Abril: R$520,00*

*O valor pode ser divido em 2 parcelas (data da inscrição + 30 dias)
*Estudantes em formação e já formados pelo Anjali Yoga possuem desconto de 10%.

Inscrições:
O pagamento da inscrição pode ser realizada através de depósito bancário após enviar e-mail para "cursodeyoga@gmail.com".

 Atenção:
 O número de vagas é limitado a 30 pessoas. As vagas serão preenchidas por ordem de inscrição.



Biografia:

- Prof. Jorge Luís Knak 

Ensina Yoga desde 1995 em Porto Alegre.
Até 2001 sua experiência incluiu vários anos de estudo direto com professores como Lama Samtem
(Budismo Tibetano), Glória Arieira (Vedanta) e retiros com outros professores que marcaram seu caminho (entre eles Dzongsar Rinpoche e Chagdud Rinpoche).

Em 2001 iniciou seus estudos no Krishnamacharya Yoga Mandiram (Chennai – Índia) com TKV Desikachar , Kausthub Desikachar, S. Sridharan, Dr. N. Chandrasekharam e outros professores desta linhagem. 
Seu aprofundamento nessa tradição de yoga se deu, até o momento, através de 7 viagens à Índia para estudos intensivos com seus professores por períodos mínimos de um mês.

Atuou como professor em eventos como:

 - “Celebrating Yoga” (Sydney - Austrália),
- “Krishnamacharya Yoga Festival” (San Francisco - Estados Unidos) com a coordenação e participação de seu professor TKV Desikachar ,
- Curso Preparatório para a Especialização em Yogaterapia (Piesendorf –Áustria) , intensivo de 10 dias que foi conduzido em conjunto com o Prof. S. Sridharan –Diretor do Krishnamacharya Yoga Mandiram.

Entre os ensinamentos orais que recebeu estão o estudo do Yogasutra e do Yogarahasya, aplicação clássica e adaptações de asana-s e seus respectivos vinyasa-s, pranayama, meditação, canto védico, psicologia do yoga e, paralelamente, a aplicação do ensino individualizado (abordagem tradicional do yoga) em seus diversos níveis.

Junto com a Profa. Maria Nazaré Cavalcanti realiza a formação de professores nessa linhagem (em Porto Alegre e Curitiba) e dirige o Anjali Yoga onde oferece atendimentos individualizados diariamente.  Jorge é casado e tem dois filhos.



- Profa. Maria Nazaré Cavalcanti

quarta-feira, 6 de março de 2013

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Prática Individual - Exemplo 4

Exemplo de prática de Asana e Pranayama dada a uma pessoa em boas condições físicas. Foco em maior exigência física, estimulante e com uso de modificações na condução da respiração (Asana-s 6 e 7).


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Aula 21 - What are we seeking? - Livro do Prof. TKV Desikachar


Finalizo hoje, 07 de janeiro de 2013, esta seqüência de aulas online. Essa foi a última aula dada sobre o livro "What are we seeking?", ela ocorreu em 16 de novembro de 2011.

 Esta aula está disponível em áudio.

Um abraço,

Jorge Luís Knak


Aula 20 - What are we seeking? - Livro do Prof. TKV Desikachar

Posto hoje, 07 de janeiro de 2013, a penúltima aula dada a partir do livro "What are we seeking?" em novembro/2011. A frase de abertura do Capítulo que aqui é tratado é: "A maior falha é não estar consciente de nenhuma delas". Um dos temas aqui abordados é a capacidade de escuta.

Seguem abaixo as opções da aula em vídeo e em áudio.

Um abraço,

Jorge Luís Knak